Serie que aborda vida após a morte digital tem sua ultima temporada

 Em um mundo cada vez mais conectado, a morte deixou de ser o fim absoluto da comunicação. Com o avanço da inteligência artificial, armazenamento em nuvem e machine learning, surgiram empresas especializadas em proporcionar uma espécie de “vida digital após a morte”. O objetivo? Manter viva a presença dos entes queridos, permitindo que amigos e familiares possam continuar interagindo com suas memórias, vozes, hábitos e até personalidades simuladas.


Como Funciona

Essas empresas criam versões digitais de pessoas falecidas com base em dados como mensagens de texto, e-mails, áudios, vídeos, postagens em redes sociais e preferências registradas ao longo da vida. A partir desse grande volume de informações, sistemas de IA treinam um modelo que simula a forma de falar, de pensar e até de responder como aquela pessoa. Esse avatar digital pode ser acessado por meio de aplicativos de mensagem, assistentes virtuais ou até em realidade aumentada, onde o familiar interage com uma representação digital do falecido.


Da ficção para a realidade, programação preditiva

A temporada final da série Upload que aborda a vida após a morte digital, série criada por Greg Daniels, aborda a digitalização dos dados das pessoas, para que tenham uma vida após a morte, pessoas que estão prestes a morrer podem ter suas memorias “upadas” para uma realidade virtual.


A Horizen empresa que administra os uploads das pós vidas virtuais é composta por serviços técnicos que lembra os chamados call center, as atendentes são os anjos deste mundo que orientam os recém chegados neste paraiso virtual. Com três temporadas publicadas, a série, foi renovada para a quarta e última temporada, e terá sua ultima temporada em 25 de agosto de 2025 no Prime vídeos.

           

Apesar do fascínio, esse tipo de tecnologia levanta debates profundos. Seria saudável prolongar digitalmente o luto? Estamos criando conforto ou cultivando a ilusão? Até onde vai o respeito à privacidade do falecido? Quem tem o direito de ativar ou desligar esses “avatares”?

Muitos especialistas em ética e psicologia alertam que, embora o recurso possa ajudar algumas pessoas a processar o luto, ele não substitui a vivência real da perda.

Empresas Que Estão Tornando Isso Real

Várias startups e plataformas já trabalham nesse conceito. Veja algumas das mais conhecidas:

HereAfter AI – A ideia aqui é simples e poderosa: em vida, a pessoa grava histórias, pensamentos e respostas para perguntas pessoais. Depois que ela parte, os familiares podem conversar com uma versão interativa dela, por meio de áudio e vídeo.

Replika – Embora criado inicialmente como um chatbot de companhia, o Replika permite que os usuários alimentem o sistema com memórias e dados de alguém querido, criando uma espécie de clone digital que pode responder com o estilo da pessoa.

Eter9 – Um projeto ousado que promete criar um “eu digital” capaz de continuar postando e interagindo mesmo após a morte do usuário.

Project December – Uma plataforma voltada à criação de chatbots altamente personalizados, que permite simular conversas realistas com base em dados escritos de uma pessoa falecida.

Uma Nova Relação com a Morte

Ainda em seus estágios iniciais, a vida após a morte digital é um reflexo do nosso tempo: conectado, tecnológico e emocionalmente complexo. Para alguns, é um consolo; para outros, um território delicado. Mas uma coisa é certa: o modo como lidamos com a memória dos que partiram está sendo reinventado.


Espiritismo Digital

Já imaginou continuar conversando com alguém que já se foi? Pode parecer ficção científica, mas essa é a proposta de um novo ramo da tecnologia que vem ganhando força: a “vida digital pós-morte”. Empresas ao redor do mundo estão criando soluções que permitem que familiares mantenham contato com versões digitais de entes queridos que já partiram, utilizando inteligência artificial para dar continuidade a memórias, conversas e interações.

A Ideia por Trás da Vida Digital

Com o avanço da IA e o volume crescente de dados que deixamos em redes sociais, aplicativos de mensagem e gravações de áudio e vídeo, tornou-se possível recriar um retrato digital de uma pessoa. Essas plataformas capturam padrões de fala, trejeitos, gostos e até formas de pensar, para criar um “avatar virtual” que interage com os vivos como se fosse o próprio falecido.

A proposta não é ressuscitar ninguém, mas oferecer uma forma de eternizar a presença e a memória dos que amamos.


Consolo ou Ilusão?

Esse tipo de tecnologia ainda divide opiniões. Para algumas pessoas, pode ser um recurso valioso no processo de luto, ajudando a manter viva a memória de quem partiu. Para outras, há o risco de prolongar o sofrimento ou criar dependência emocional com algo que, no fundo, não é real.

Além disso, surgem questões éticas: quem tem o direito de ativar esse avatar? Isso fere a privacidade da pessoa falecida? Como lidar com os sentimentos de quem não quer manter esse tipo de relação digital?

Um Novo Jeito de Viver (e Morrer) Conectado

O fato é que estamos entrando em uma era em que nem mesmo a morte nos desconecta totalmente. A possibilidade de preservar a essência de alguém em formato digital desafia a forma como lidamos com o luto, a saudade e a espiritualidade.


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